Eu pergunto-me se a reencarnação existe. Sou católico mas, contudo, não sou exactamente um cego seguidor destas teorias visto que sou muito crítico quanto a algumas atitudes Humanas, tomadas pela igreja. Daí não me conseguir pronunciar, convenientemente, sobre o assunto. Por um lado concordo com aquela teoria que diz : A vida é muito curta para ser só isto. Até faz algum sentido, dada a clara efemeridade da mesma. No entanto ( e sei que também ocorre o oposto) vejo pessoas que sofrem tanto ao longo da vida. Mais do que julgava ser possivel, mas elas aguentam e , se for preciso, com um breve sorriso de vez em quando, mesmo que o mundo lhes esteja a cair em cima uma vez mais. Nesses casos pergunto-me, E vão estas pessoas sofrer mais? Não merecem descanso? Claro que podem sempre dizer que a outra vida, a existir, é muito pacífica, um Paraíso. Então e aqueles que não sofrem, aqueles que pecam aqui na Terra e que não sofrem qualquer castigo? Sim, já sei o que vão dizer. Então, para isso há o Inferno. Acho essa visão absolutamente hilariante. Até seria engraçado pensar que existe um inferno cheio de labaredas e penhascos e um céu cheio de melodia e nuvens fofinhas xD Não tenho essa visão contudo. Acho que, a existir, não será uma versão assim. Para além disso eu gosto de gatos. Sim, identifico-me com eles. Mais que com cães. Além disso também gosto de pássaros. Eles voam, e são de alguma forma mais livres. Sim, quando morrer, se houver outra vida espero reencarnar. Sim, quero voar, quero ronronar. Um gato, um pássaro. Sim, ou uma mistura dos dois...
Um ronronar voador talvez !!! xD
Sonhos, Memórias, Pensamentos. Uma outra face, encoberta por uma sombra, que cria simultaneamente fragmentos que se adaptam em nome da evolução...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
O Perdurar da Memória
A memória é excepcional. Sim, sem memória a vida não seria vida. No entanto, a minha memória é um pouco anormal. Considero-me muito observador e, como tal, consigo memorizar bastante bem detalhes acerca de algo que me interesse. Para os testes, por exemplo, cheguei a memorizar bastante bem matéria na véspera e conseguia ter boas notas. É claro que tudo isto depende de vários factores mas eu até acho que tenho boa memória no geral. Não percebo contudo porque há coisas que não consigo memorizar. Datas.Quase impossível para mim saber os aniversários de alguém (óbvio que me lembro de alguns mas mesmo assim é me bastante difícil para mim lembrar-me de datas). Se me perguntarem o que fiz antes de ontem provavelmente também não vou saber. Se me perguntarem da minha casa antiga se calhar também já não me lembro bem de onde ficava o quarto dos meus pais ou onde era o frigorífico também não vou saber. Então, porque me lembro de coisas quando tinha 5 anos? Porque me lembro de determinado sítio onde fui com 7 anos. Por ser marcante? Sim, poderia ser. Mas há memórias que não são. Há memórias que simplesmente estão lá como presas a um navio afundado, bem no fundo do mar, onde a luz não chega. Não percebo. Seria tão mais fácil se pudéssemos escolher o que podemos guardar cá dentro, dentro de cada pasta, dentro de cada gaveta.
Disse-me a minha professora de Psicologia uma vez que este pensamento era pouco recomendável. Sim, porque se assim fosse-dizia ela- não teríamos erros que nos fizessem pensar. Sim, porque assim não aprenderíamos com os erros e estaríamos sempre a apagar memorias menos positivas (aos nossos olhos). Verdade, seria verdade. No entanto, não repetimos nós os nossos erros, mesmo quando já deveríamos ter aprendido com eles? Então, para que estão elas lá? Sim, porque ocupam tais memórias uma gaveta, uma pasta sequer? Não sei. A memória é assim, pouco conformada com uma regra, habituada a ser excepção. Eu , só me pergunto se são todas assim como a minha, ou se a minha é simplesmente menos normal...
Disse-me a minha professora de Psicologia uma vez que este pensamento era pouco recomendável. Sim, porque se assim fosse-dizia ela- não teríamos erros que nos fizessem pensar. Sim, porque assim não aprenderíamos com os erros e estaríamos sempre a apagar memorias menos positivas (aos nossos olhos). Verdade, seria verdade. No entanto, não repetimos nós os nossos erros, mesmo quando já deveríamos ter aprendido com eles? Então, para que estão elas lá? Sim, porque ocupam tais memórias uma gaveta, uma pasta sequer? Não sei. A memória é assim, pouco conformada com uma regra, habituada a ser excepção. Eu , só me pergunto se são todas assim como a minha, ou se a minha é simplesmente menos normal...
sábado, 20 de agosto de 2011
Brisa Musical VI / Um sorriso, um dejá vu
A seguir aos Coldplay, são a minha banda favorita. Há quem diga que têm um estilo semelhante aos Coldplay. Eu discordo. São igualmente talentosos mas têm diferenças. Por muito que adore Coldplay considero que, é nas músicas deles que eu me identifico. Têm um registo, para mim, mais melancólico, mais triste até que contrasta com o espírito positivo, com a atitude que os Coldplay imprimem nas suas músicas. Podem não ter a mesma alegria. Podem servir propósitos diferentes. Podem não pertencer sequer ao mesmo género. Podem não ser tão conhecidos mas são igualmente espantosos.
Nestes últimos dias tenho ouvido esta música em particular. Acho que já o disse uma vez mas quando eu me revejo nas músicas acabo por viver duas vezes. Sim, porque ao ouvi-las recordo o que passei, choro se o tiver que fazer. Sim, uma vez mais. E grito o que tenho que gritar, da mesma maneira que o faço quando estou feliz aos pulos a cantar, da mesma maneira que faria se se tivesse passado naquele exacto momento. Dejá Vu. Há algo positivo no entanto. Se vivo duas vezes, e baseando-me nas coisas boas, em cada momento que me soube tão bem, posso esperar que se torne verdade. Sim, Never Say Never. Porque é possível. Sim, nunca o digo. Sim, nunca penso assim porque um dia... sim, um dia, até pode ser que se concretize. Mesmo o impossível. E nessa altura?
Nessa altura. Nessa altura sorrio duas vezes...
Nestes últimos dias tenho ouvido esta música em particular. Acho que já o disse uma vez mas quando eu me revejo nas músicas acabo por viver duas vezes. Sim, porque ao ouvi-las recordo o que passei, choro se o tiver que fazer. Sim, uma vez mais. E grito o que tenho que gritar, da mesma maneira que o faço quando estou feliz aos pulos a cantar, da mesma maneira que faria se se tivesse passado naquele exacto momento. Dejá Vu. Há algo positivo no entanto. Se vivo duas vezes, e baseando-me nas coisas boas, em cada momento que me soube tão bem, posso esperar que se torne verdade. Sim, Never Say Never. Porque é possível. Sim, nunca o digo. Sim, nunca penso assim porque um dia... sim, um dia, até pode ser que se concretize. Mesmo o impossível. E nessa altura?
Nessa altura. Nessa altura sorrio duas vezes...
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Lisboa
Não compreendo algumas pessoas. Sim, também eu sou daqueles que adora viajar. Fazer as malas, apanhar um táxi para o aeroporto, levar as malas até ao check in, andar de avião. Sim, eu adoro viajar. Nunca percebi bem porquê, especialmente a parte de até do aeroporto gostar (estranho , não?). Gosto imenso de visitar e conhecer outras culturas, de ver, de conhecer, de aprender. Sim, gosto de viajar. Percebo que haja pessoas que sejam como eu. Aliás, ainda consigo perceber que haja alguns, como eu, pouco patrióticos. Sim, porque eu gosto do meu país mas não tenho uma visão patriótica de que viverei aqui e construirei uma família aqui. Sim, espero fazê-lo mas não é exactamente o país onde gostaria de viver. Talvez aqui, talvez em Londres, talvez. Adoro Londres e adorava viver lá, construir a minha família aí. Sim, porque não? Agora, se há coisa que me irrita é aqueles velhinhos do Restelo. Sim, aqueles que só dizem mal, que só criticam. Ora é o governo, ora é o povo, ora é a senhora do 2ºDireito, ora o senhor do 3º Esquerdo, pois claro. Sim, há pessoas assim, que não tem uma vida própria. Ás vezes apetece-me dizer-lhes : Cale-se homem que já se ouviu ! Não tem mais nada para fazer? Olhe e se fosse trabalhar, não? Ah pois esqueci-me, é muito fácil criticar. Contribuir para a sociedade? Ah, isso é muito complicado...
Não percebo, sinceramente que não. Eu adoro Londres e sim, não sou nada patriótico quando afirmo que seria a minha cidade ideal para viver (e não me importa que agora estejam pouco civilizados). Não o escondo. No entanto, adoro o meu país. Sim, especialmente a cidade de Lisboa. Adoro os cheiros, as pessoas, as ruas, as praças, as estátuas, as lojas, os cafés. Tem algo que me fascina, que me atrai. Algo que não sei explicar mas que a torna tão apetecível aos meus olhos. Sim, gosto muito de Lisboa e gosto do meu país. Percebo que às vezes o governo falhe. Percebo que às vezes sejamos um povo com atitudes menos correctas. Percebo que às vezes a senhora do 2º Direito ponha a música um pouco alta e percebo que o senhor do 3ºEsquerdo leve muitos homens lá para casa. Pois, eu percebo isso tudo. Só não percebo como se pode estar sempre a criticar e não se gostar do país onde se nasceu. Sim, não percebo. Sim, custa-me a perceber...
Ps: Amanhã vou jantar à Baixa com a J. e estou radiante, daí ter me lembrado de expressar o meu amor por Lisboa. Sim, porque eu adoro Lisboa, especialmente em boa companhia xD
Não percebo, sinceramente que não. Eu adoro Londres e sim, não sou nada patriótico quando afirmo que seria a minha cidade ideal para viver (e não me importa que agora estejam pouco civilizados). Não o escondo. No entanto, adoro o meu país. Sim, especialmente a cidade de Lisboa. Adoro os cheiros, as pessoas, as ruas, as praças, as estátuas, as lojas, os cafés. Tem algo que me fascina, que me atrai. Algo que não sei explicar mas que a torna tão apetecível aos meus olhos. Sim, gosto muito de Lisboa e gosto do meu país. Percebo que às vezes o governo falhe. Percebo que às vezes sejamos um povo com atitudes menos correctas. Percebo que às vezes a senhora do 2º Direito ponha a música um pouco alta e percebo que o senhor do 3ºEsquerdo leve muitos homens lá para casa. Pois, eu percebo isso tudo. Só não percebo como se pode estar sempre a criticar e não se gostar do país onde se nasceu. Sim, não percebo. Sim, custa-me a perceber...
Ps: Amanhã vou jantar à Baixa com a J. e estou radiante, daí ter me lembrado de expressar o meu amor por Lisboa. Sim, porque eu adoro Lisboa, especialmente em boa companhia xD
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A força do embate
" Dont let me go. Dont let me go. Dont let me go. Dont let me go."
Perguntaram-me no outro dia porque era tão racional. Porque me escudava das emoções, baseando-me apenas na razão. Porque tomava as minhas decisões ponderando, reflectindo, sendo pouco capaz de fazer algo por "instinto". A resposta é até, algo simples. Sim, é a minha maneira de ser, ponderado e racional, é assim que sou. Sim, é verdade, mas não se trata disso. É um mecanismo de protecção. Como uma rede de segurança bem lá em baixo, enquanto eu deambulo sob uma corda, ao sabor do vento, milhares de metros acima. Seria de pensar que resulta. Que a rede está lá. Sim, porque quando fazemos uma pirueta ou um mortal lá em cima, esperemos que a rede esteja cá em baixo, montada, para nossa segurança. E quando por acaso a rede falhar e quando nos estatelamos pensamos para nós, Porque raio não me seguraram? Sim. Porque raio não estavas lá? Sim, porque se a rede falhar, se a força para aguentar o embate faltar, é suposto estar lá alguém. Sim, é suposto. Mas e quando não está ? Sim, quando caimos e não está la ninguém? Aí, só nos bastamos a nós próprios, daí a minha atitude. Sim e condenem-me, chamem-me insensível que eu vou perguntar, Eu caí, sim. Caí, magoei-me, e não havia rede, onde estavas tu ? Sim, tu que me condenas? E tu, que dizes que te preocupas, sim tu, onde estavas? Então e tu, não era suposto estares sempre cá ? A ti, sim , não fui eu outrora uma rede para ti, não estive lá? E agora onde estão vocês? Não sejam hipócritas, não culpem o nevoeiro. Sem nevoeiro, estariam lá? Iriam ser capazes de me segurar? Não seriam e agora não estão cá.
Não estão. E não vos condeno. Não estão porque não podem estar sempre cá. Para quê promessas vãs? Para quê? Eu não vos condeno. Deixem-me ser como sou. Sim, sou racional e só me arrependo de algum dia não o ter sido. Porquê? Porque aguentaria o embate. Sim, porque não há sempre uma rede. Sim, porque não estão sempre lá. E o mortal, a pirueta? Problemas. Simples, complexos problemas. Só não percebo uma coisa. Porque continuo a fazê-los. Sim, porquê? Acabou. Por agora, mortais e piruetas? Só no chão, onde não precisar de rede. A ver vamos quanto tempo se mantém o chão regular. Sim, a ver vamos.
"Can we pretend that airplanes in the night sky are like shooting stars?
I could really use a wish right now "
Perguntaram-me no outro dia porque era tão racional. Porque me escudava das emoções, baseando-me apenas na razão. Porque tomava as minhas decisões ponderando, reflectindo, sendo pouco capaz de fazer algo por "instinto". A resposta é até, algo simples. Sim, é a minha maneira de ser, ponderado e racional, é assim que sou. Sim, é verdade, mas não se trata disso. É um mecanismo de protecção. Como uma rede de segurança bem lá em baixo, enquanto eu deambulo sob uma corda, ao sabor do vento, milhares de metros acima. Seria de pensar que resulta. Que a rede está lá. Sim, porque quando fazemos uma pirueta ou um mortal lá em cima, esperemos que a rede esteja cá em baixo, montada, para nossa segurança. E quando por acaso a rede falhar e quando nos estatelamos pensamos para nós, Porque raio não me seguraram? Sim. Porque raio não estavas lá? Sim, porque se a rede falhar, se a força para aguentar o embate faltar, é suposto estar lá alguém. Sim, é suposto. Mas e quando não está ? Sim, quando caimos e não está la ninguém? Aí, só nos bastamos a nós próprios, daí a minha atitude. Sim e condenem-me, chamem-me insensível que eu vou perguntar, Eu caí, sim. Caí, magoei-me, e não havia rede, onde estavas tu ? Sim, tu que me condenas? E tu, que dizes que te preocupas, sim tu, onde estavas? Então e tu, não era suposto estares sempre cá ? A ti, sim , não fui eu outrora uma rede para ti, não estive lá? E agora onde estão vocês? Não sejam hipócritas, não culpem o nevoeiro. Sem nevoeiro, estariam lá? Iriam ser capazes de me segurar? Não seriam e agora não estão cá.
Não estão. E não vos condeno. Não estão porque não podem estar sempre cá. Para quê promessas vãs? Para quê? Eu não vos condeno. Deixem-me ser como sou. Sim, sou racional e só me arrependo de algum dia não o ter sido. Porquê? Porque aguentaria o embate. Sim, porque não há sempre uma rede. Sim, porque não estão sempre lá. E o mortal, a pirueta? Problemas. Simples, complexos problemas. Só não percebo uma coisa. Porque continuo a fazê-los. Sim, porquê? Acabou. Por agora, mortais e piruetas? Só no chão, onde não precisar de rede. A ver vamos quanto tempo se mantém o chão regular. Sim, a ver vamos.
"Can we pretend that airplanes in the night sky are like shooting stars?
I could really use a wish right now "
Uma infância numa estante
Não foi hoje, nem ontem, nem antes de ontem. É claro que nem eu poderia ter esperado tanto tempo. Vi o último filme do Harry Potter. Uma saga que me acompanhou, ao longo da minha infância. Sim, porque sinto que eu, embora vivendo num mundo de Muggles, num mundo diferente, também cresci com eles. Cresci nestes 7 anos, tal como eles. Certo é que não passei pelas mesmas provações mas também eu superei adversidades, obstáculos que me fizeram ver a vida de outra forma. Amigos que me apoiaram, pessoas que me traíram, perdas duras que me fizeram sofrer. Posso não pertencer a Gryffindor, posso não enfrentar Dementors e Basiliscos, posso não agitar a varinha e desarmar quem me enfrenta. Sim, não faço isso tudo, não sou um feiticeiro. Nunca estudei em Hogwarts, nunca recebi um Gritador, nunca joguei Xadrez dos Feiticeiros e nunca voei numa vassoura ou joguei Quidditch. Sim, nunca fiz nada disto mas estive lá. Acompanhei-os em todas as viagens, como fiz com o Frodo ou o Eragon, sim, estive lá. E, no final, quando tudo caminhava a passos largos para o fim de uma epopeia mais que impossível, sim, no final, estive lá. Sou sensível, muitas das vezes demais, mas não há muitos filmes que consigam salgar-me a cara. Nem eu sei bem porque chorei. Nem deve fazer sentido para os outros. Aliás, nem para mim fez ao princípio, depois percebi. Sim, chorei. Chorei porque era o fim. Chorei porque os tinha acompanhado até ali. Chorei porque era como se também eu ali estivesse. Chorei por eles, por mim, pela minha infância, pelo cheiro de cada página que li, pelas capas, pelas letras, pela aprendizagem, pelos dias na praia passados a devorar os livros, pela compra de cada um dos livros. Sim, chorei, agora já não choro. Ainda os vejo lá no entanto, estão lá todos, em cima da estante. O Harry, a Hermione, o Ron, a Ginny, o Snape, o Voldemort, a Bellatrix e a Narcissa. Sim, estão todos lá. Ao lado do Frodo e do Sam, ao lado do Eragon e da Arya. Sim, estão lá. Agora não choro. E um dia ? Sim, e no dia em que os voltar a encontrar, no dia em que saltarem de cada uma das páginas enquanto estiver a dormir, enquanto estiver na praia novamente, ou simplesmente nas nuvens contemplando? Sim, e aí? Não tenho dúvidas, voltarei a torcer por eles, a apoiá-los, a lutar ao lado deles, a partilhar das suas dores e alegrias. Voltarei a chorar.
Adeus? Não de todo.
Adeus? Claro que não.
Até um dia. Sim, porque um dia, voltaremos a encontrar-nos, um até já...
Adeus? Não de todo.
Adeus? Claro que não.
Até um dia. Sim, porque um dia, voltaremos a encontrar-nos, um até já...
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Finais Infelizes
Eu gosto de finais felizes, acho que toda a gente gosta. Um casamento, um beijo, um jantar com a família reunida, um salvamento heróico, tudo tão típico de um filme qualquer, sucesso de bilheteira. Sim, as pessoas gostam de finais felizes. Pagam para ver algo forjado, algo que em pouco ou nada se assemelha à vida real. Sim, as pessoas gostam de finais felizes, sim. Mas quantas podem dizer que terão um final feliz? Quantas poderão comparar a sua vida a um desses filmes e dizer "Sim, eu tive um final feliz"?
É óbvio que também sou uma dessas pessoas. Sim, porque também eu pago para ver algo que, se calhar, não vou ver concretizado na minha vida. Talvez seja para se sentirem melhor, talvez seja para acreditarem que é possível ter-se um final feliz. Nem eu sei bem porque gosto de finais felizes. Até começo a ficar aborrecido. Farto da ideia de ser sempre assim, de só existirem finais felizes, de se simular uma realidade distorcida através de uma ilusão. Acho que se deviam fazer mais filmes com finais infelizes. O meu filme preferido não tem um final feliz e, nem por isso, deixou de ser um sucesso de bilheteira. Sim, gosto de finais felizes. Sim, gosto de finais infelizes. Sim, porque a vida não tem de ser sempre alegre. Sim, porque às vezes vivemos infelizes. Sim, também precisamos de finais infelizes. Realidade ficcionada, precisa-se...
É óbvio que também sou uma dessas pessoas. Sim, porque também eu pago para ver algo que, se calhar, não vou ver concretizado na minha vida. Talvez seja para se sentirem melhor, talvez seja para acreditarem que é possível ter-se um final feliz. Nem eu sei bem porque gosto de finais felizes. Até começo a ficar aborrecido. Farto da ideia de ser sempre assim, de só existirem finais felizes, de se simular uma realidade distorcida através de uma ilusão. Acho que se deviam fazer mais filmes com finais infelizes. O meu filme preferido não tem um final feliz e, nem por isso, deixou de ser um sucesso de bilheteira. Sim, gosto de finais felizes. Sim, gosto de finais infelizes. Sim, porque a vida não tem de ser sempre alegre. Sim, porque às vezes vivemos infelizes. Sim, também precisamos de finais infelizes. Realidade ficcionada, precisa-se...
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Brisa Musical V / A declaração
Se calhar é por andar mais em baixo nestes últimos dias, ou se calhar porque simplesmente é Coldplay, mas apeteceu-me publicar esta música. Condiz com o meu estado de espírito, algo melancólico, pensativo, num estado de reflexão. No outro dia ponderei como seria se me assumisse, aos meus pais. Talvez fosse por ter acordado à pouco tempo, mas pensei que iria tudo correr bem. Que nada me iria acontecer, que iriam aceitar, que me iriam apoiar, que iam estar lá. Pensei para mim, sim sou gay, e qual é o problema, porque não haveriam eles de aceitar? Sou filho deles não sou? É suposto amarem-me incondicionalmente não é ? Se 5 minutos durou o pensamento, em igual tempo voltei a assumir a minha postura racional. Por muito que queira ser optimista, por muito que ache que as luzes brilham, por muito que ache que as estrelas podem conceder desejos, por muito que espere que no fundo do arco-íris esteja um pote com ouro... Por muito que espere tudo isto, não é optimismo, é ilusão, ingenuidade. Ponderei depois em se, algum dia, lhes iria contar, e nesse ponto sinto insegurança. Pensei que nunca teria a necessidade de lhes contar, pensei que iria viver a minha vida e que isso seria cá comigo, e que nunca iria dizer nem que sim, nem que não. Manter a incerteza. Mas e quando me começarem a questionar? Sim, quando tiver 30, 40 anos e me perguntarem se não vou casar, ter filhos, construir uma família. Sim, nessa altura, que lhes direi? Mãe, Pai, eu sou homossexual e eu já tenho uma família, ele é a minha família. Sim. Era o que gostava de responder, mas mesmo nessa altura tenho medo da reacção e ,por mais que tente, não consigo imaginar o que me irão responder. No entanto, é nessa altura que espero tê-lo ao meu lado. Que me apoie, que me dê forças mas que, acima de tudo, eu seja capaz de ter essa coragem, por mim , por ele, por nós, que seja capaz de enfrentar tudo e todos. Sim, nisso já creio que aprendi. Não vale a pena esconder-me eternamente. Sim, não vale a pena tentar manter a incerteza. Isso seria ingénuo. Só tenho que planear o que vou dizer e , nessa altura, quando não depender de ninguém, o que terei eu a perder? Sim, o que me pode acontecer? Nada, acho. Afinal, mesmo as lágrimas secam. Demore o tempo que demorar...
Ursos de peluche
Hoje estive a ver uma série que nunca tinha visto. Alguns de vocês devem ter ouvido falar, chama-se 90210. Pelo que vi, até achei graça, especialmente a um actor que, por acaso, interpreta um conquistador (aparentemente) heterossexual, que depois vem a descobrir a sua verdadeira orientação, fazendo parte do casal gay da série. Bem, não sei muito bem porquê, mas achei um rapaz muito giro e, ainda por cima, tem um nome tão querido que me fez querer comprar um urso de peluche. Sim, chamem-me infantil, mas eu também quero um Teddy, especialmente se for como este...
terça-feira, 9 de agosto de 2011
O quebrar de um ciclo e a batalha do tempo
Sinto-me bem hoje. Acabei o Secundário. Este ano vou para a Faculdade. Não é o curso dos meus sonhos que, como já aqui referi seria medicina, mas é algo igualmente gratificante. Apesar de ser uma felicidade agridoce, visto que tenho amigos que não irão comigo para a Faculdade, traz-me uma paz de espírito enorme. Paralelamente a isto, a J. está também radiante o que, consequentemente, me enche de alegria. Estive com ela hoje e, como sempre aliás, fartei-me de rir, de comentar, de viver, de ser eu, sem amarras, sem outra cara. Ousava dizer que, em algumas ocasiões, me apetece gritar, revelar ao mundo o meu verdadeiro eu e perguntar : Sim sou homossexual, gay, paneleiro, e tudo o que me quiserem chamar ! So what ?! No entanto, depois desço à terra, assumo o meu lado racional novamente :P. Adorava ter a coragem do James e do Elijah por exemplo, por serem capazes de lutar por amor. Apesar de não saber (ainda) o que isso é, pergunto-me se teria a coragem deles? Seria eu capaz de me assumir, de enfrentar tudo e todos, de gritar aos sete ventos que sou como sou por amor? Por mais que quisesse acreditar que sim, que seria capaz de tudo, não sei. Não sei se teria coragem. Não sei se não me faltariam as forças e isto custa-me. Não sei sequer se algum dia estarei nessa posição. Espero estar, claro que sim, mas o não saber, o desconhecido atormenta-me.
É nessas alturas que tenho que ser positivo, que pensar que o mundo muda, que a felicidade é possível, resguardar-me sob uma capa de esperança, de atenção no futuro. Daí que, por agora, me sinta bem. Reformulo. Moderadamente bem. O amanhã é incerto mas o hoje é para ser vivido. Faltam-me forças agora. Por enquanto caminho, prossigo mesmo quando oiço as passadas do desconhecido a aproximarem-se e continuo. Mas por quanto tempo? Sim... por quanto tempo?
É nessas alturas que tenho que ser positivo, que pensar que o mundo muda, que a felicidade é possível, resguardar-me sob uma capa de esperança, de atenção no futuro. Daí que, por agora, me sinta bem. Reformulo. Moderadamente bem. O amanhã é incerto mas o hoje é para ser vivido. Faltam-me forças agora. Por enquanto caminho, prossigo mesmo quando oiço as passadas do desconhecido a aproximarem-se e continuo. Mas por quanto tempo? Sim... por quanto tempo?
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Crueldade ou Ignorância?
Acho que pior do que ser-se cruel é ser-se ignorante. E não me refiro a quem não sabe ler ou escrever, referindo me a questões tão mais importantes. Enquanto estava na praia ouvia uma senhora a dar a sua opinião do porquê de existirem pessoas feias. A senhora dizia que isto se ficou a dever à mistura de raças, afirmando mesmo que cada raça só deveria efectuar cruzamentos com pessoas dessa mesma raça (neste momento da conversa sinceramente já não percebia se estávamos a falar de pessoas ou de cães). Não se ficou por aqui. Disse mesmo que havia diferenças até no sangue das diferentes raças (a mim, o que me ensinaram, foi que o conceito de raça já nem se apropria mas enfim) e alegava que, o sangue de um africano era mais preto que o de um europeu ! Eu pergunto-me, isto é crueldade ou ignorância ? Sei que ainda sou novo, mas ainda me consigo espantar com este tipo de pessoas e estou , seriamente preocupado, com a onda emergente de racismo e xenofobismo que agora se levanta. A conversa não ficou por aqui mas nem me vou dar ao trabalho de escrever toda a estupidez que a senhora expressou naquele tão curto espaço de tempo. Só posso dizer, que enquanto estudante de biologia, mas Principalmente enquanto HUMANO, tive vontade de descompor a senhora e explicar-lhe que o que dizia não tinha qualquer nexo.Sinceramente, na minha opinião, às vezes, pior que a crueldade, só mesmo a ignorância...
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Trovão Deslocado
Acho que não vou ter muitos apoiantes quando digo que : gostei do dia ontem. É um facto. Sei que é Verão, que podia estar na praia, na piscina, ou simplesmente na varanda a ler um livro, iluminado pelo calor de um sol de Verão. Não. Gostei da chuva. Da intempérie que nunca julgaria possível em pleno Verão. Adoro trovoada. A luz, o som, tem algo que me fascina. Assim, adorei ter estado em casa e, enquanto a maioria se queixava do dia arruinado, eu optava por olhar pelas vidraças a chuva que oscilava na frequência com que embatia nas mesmas. Trovoada. Uns guinchos de alguém que passava na rua. Impõe algum respeito, é certo, mas soube me bem ouvir aquele som que entrava pela casa adentro. Soube-me bem. Quebrou a rotina para alguns. A mim ? Nada. Apenas uma ligeira modificação que, em nada, estragou os meus planos. Em vez de ficar a ler, enquanto o Sol me embalava, porque não ficar um dia (sim, porque se espera que os relâmpagos, trovões e chuva em geral, retomem agora o seu deslocamento dito "normal) a ler dentro de casa, sentindo o embater da chuva nos vidros. Porque não ser embalado pela chuva? Porque não ler ouvindo algo tão majestoso, que atribui uma certa solenidade ao que lemos ? Sim, porque não?
Subscrever:
Mensagens (Atom)