A memória é excepcional. Sim, sem memória a vida não seria vida. No entanto, a minha memória é um pouco anormal. Considero-me muito observador e, como tal, consigo memorizar bastante bem detalhes acerca de algo que me interesse. Para os testes, por exemplo, cheguei a memorizar bastante bem matéria na véspera e conseguia ter boas notas. É claro que tudo isto depende de vários factores mas eu até acho que tenho boa memória no geral. Não percebo contudo porque há coisas que não consigo memorizar. Datas.Quase impossível para mim saber os aniversários de alguém (óbvio que me lembro de alguns mas mesmo assim é me bastante difícil para mim lembrar-me de datas). Se me perguntarem o que fiz antes de ontem provavelmente também não vou saber. Se me perguntarem da minha casa antiga se calhar também já não me lembro bem de onde ficava o quarto dos meus pais ou onde era o frigorífico também não vou saber. Então, porque me lembro de coisas quando tinha 5 anos? Porque me lembro de determinado sítio onde fui com 7 anos. Por ser marcante? Sim, poderia ser. Mas há memórias que não são. Há memórias que simplesmente estão lá como presas a um navio afundado, bem no fundo do mar, onde a luz não chega. Não percebo. Seria tão mais fácil se pudéssemos escolher o que podemos guardar cá dentro, dentro de cada pasta, dentro de cada gaveta.
Disse-me a minha professora de Psicologia uma vez que este pensamento era pouco recomendável. Sim, porque se assim fosse-dizia ela- não teríamos erros que nos fizessem pensar. Sim, porque assim não aprenderíamos com os erros e estaríamos sempre a apagar memorias menos positivas (aos nossos olhos). Verdade, seria verdade. No entanto, não repetimos nós os nossos erros, mesmo quando já deveríamos ter aprendido com eles? Então, para que estão elas lá? Sim, porque ocupam tais memórias uma gaveta, uma pasta sequer? Não sei. A memória é assim, pouco conformada com uma regra, habituada a ser excepção. Eu , só me pergunto se são todas assim como a minha, ou se a minha é simplesmente menos normal...
Eu sou bom a decorar datas (se forem de aniversário) e números de telemóvel. E matrículas de carros também. Lembro-me de muita coisa da minha infância e no entanto não me lembro de uma decisão que tomei há 2 semanas (e como não bebo, não tenho desculpa).
ResponderEliminarA tua professora tem razão. Tenho coisas que gostava de apagar da memória, mas por um lado é bom que elas continuem lá. Assim conheço a causa e evitarei fazer os mesmos erros.
Pois exacto, também eu me lembro de muito da minha infância, até coisas sem importância. Talvez tenha razão mas e quando ficarmos sem espaço para guardar todas as memórias? Quando se acabarem as gavetas as pastas, quando o arquivo se tornar atulhado, incapaz de armazenar mais memórias? Sim, e se isto acontecer?
ResponderEliminarSe acontecer, terás provavelmente alguma doença. Algumas gavetas vão ficar vazias e no entanto, o novo recheio será temporário.
ResponderEliminarNão penses nisso. Acho que eu e tu íamos ficar surpreendidos ao descobrir todos os locais onde se podem guardar memórias.
Ao escrever isto lembrei-me agora que podes sempre ter uma caixinha com algumas memórias. Eu tenho uma debaixo da secretária
É uma boa ideia, essa da caixinha com as memórias. Por acaso não tenho nenhuma. Tens razão, ainda devo ter muito espaço para guardar as memórias mas, pelo sim pelo não, acho que também vou criar uma caixinha de memórias. Assim tenho sempre espaço a duplicar, só para o caso xD
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