quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Explicações de Pouca Importância

Explicação do meu último post.


Eu até gosto da minha faculdade. Tem boas, bons professores, clínicas muito bem apetrechadas, salas de aula Xpto e laboratórios muito bons. No entanto, e apesar de haverem excepções, as pessoas são estúpidas. Sim, eu não devia estar a julgar as pessoas nunca tendo falado com elas mas, a avaliar pelas com que já falei, parece-me que a maioria tem pouco dentro da cabeça (em termos anatómicos isto é uma monumental atrocidade mas pouco importa para o caso). Sou uma pessoa tímida. Até acho que me dou bem com as pessoas e, sou muito amigo dos meus amigos mas, ainda assim, primeiro que conheça as pessoas sou muito reservado. Não sou sequer de meter conversa com as pessoas como alguns fazem (e neste caso arrependo me de o ter feito). Uma das minhas tentativas de meter conversa com alguém foi na minha primeira aula de inglês onde, ainda cá fora, se encontravam dois rapazes a conversar. Um deles eu conhecia, daí ter aproveitado para ver se metia conversa com o outro (descartem-se quaisquer pensamentos pecaminosos em relação ao outro rapaz pois não se tratou de tal coisa). Aproximei-me deles e falei para o G., o rapaz que conhecia. Conversa puxa conversa e, às tantas, o G. estava a contar-me da discussão que estava a ter com o outro rapaz. Eu lá dei a minha opinião e, visto ainda não me ter dirigido directamente ao outro rapaz, estendi-lhe a mão e disse:
- Ah, já agora, acho que ainda não nos conhecemos. Eu entrei à pouco tempo, chamo-me Christopher.
O rapaz olha para mim com o ar de enjoado, estende-me a mão e diz:
-N. muito prazer.
E, após dizer isto, vira a cara e fala para o G., quase a ignorar-me.
Decidi fazer o mesmo e afastei-me dali para ir falar com uma amiga minha já que percebi que não era bem-vindo.

Até aqui, tudo seria normal. Não estaria sequer minimamente importado com este atrasado mental (peço desculpa pela expressão) se tudo tivesse ficado por aqui.

Durante esta semana, estava eu com o R. e com o J. no bar, à procura de mesa, quando avistámos algumas pessoas da nossa turma sentados, ainda com lugares vazios na mesa. O J. até se ia sentar numa mesa afastada mas eu, como vi que havia lugar, disse-lhes para nos irmos sentar com eles. Aproximei-me da mesa e, na brincadeira, perguntei à B.:
-Podemos sentar-nos ou estão ocupados - disse com um sorriso
- Não, não, têm que pagar taxa - respondeu ela retribuindo o sorriso
Visto ser uma mesa corrida, fiquei eu de um lado e o R. e o J. do outro. Pedi licença para os outros chegarem as cadeiras para a frente, para poder passar e , qual não foi o meu espanto, quando percebi que o lugar vazio era ao lado do tal rapaz extremamente simpático. Ora eu nem liguei, visto querer sentar-me na mesma mas, quando lhe pedi licença para passar, não só o estúpido soltou um suspiro e não se chegou para a frente como ainda disse:
-Ahhhh, só faltava ...
Até fiquei parvo. E, depois apeteceu-me perguntar ao atrasado mental do saloio se tinha algum problema comigo (e não me parece que seja homofobia uma vez que não sou assumido e acho que ninguém desconfia - até porque acho que não sou tão transparente).
Para terminar em beleza, quando estávamos a sair do bar ergueu as sobrancelhas (numa daquelas expressões de "Até que enfim")

Sim, talvez esteja a ser estúpido e infantil mas fiquei mesmo irritado. Claro que devia ignorar, mas ainda assim enervam-me pessoas destas.
Amanhã vou ter aula com ele e , para variar, o rapaz deve passar a aula toda no facebook (sim, porque não presta atenção às aulas e depois faz perguntas descabidas)
Ainda se aceitam ofertas de frascos com paciência e, se se venderem ao quilo, por mim ainda melhor.
1g, que agora estou mais calmo...

terça-feira, 18 de outubro de 2011

2g de Paciência

Não estou, de todo, com cabeça para aturar pessoas estúpidas. A sério, acho que cheguei ao meu limite. Qualquer ser humano tem um limite de estupidez que consegue aturar e o meu acabou de ser atingido. E, nestas alturas, apetece-me ser muito mal-educado para pessoas assim. Até me apetece proferir alguns impropérios para ver se me deixam em paz. Seria tudo bem melhor se pudéssemos ter férias numa ilha deserta, de vez em quando. Um armário. Um quarto. Um sítio onde não fosse perturbado também servia. Se calhar estou a ensandecer. Alguns diriam que já aconteceu. Não, acho que está a acontecer. Bem, pouco me importa isto tudo porque não consigo ser rude para as pessoas (Se bem que gostava de conseguir) e as pessoas para quem o texto é dirigido, nunca o vão ler. E, daí, talvez um dia. Talvez aí queira ser rude. Quando me faltar a paciência...

P.S.: Este texto carece de uma explicação, que darei no próximo post. Sinceramente agora estou demasiado,e peço desculpa pela expressão, "pissed off" !

P.P.S.: Frascos de paciência, precisam-se !

sábado, 15 de outubro de 2011

Medusa


Está Sol. Apetece-me ir até à praia. Tenho-a aqui tão perto agora. Ainda não vi o mar hoje. Não sei se o mar está flat ou gringo. A areia aqui é mais escura, tem mais rochas. Assim não comemos areia, mesmo quando o vento está mais forte. Claro que a água é mais fria e a praia não é em si muito grande mas, ainda assim, sabe bem ir à praia de vez em quando nem que seja para ver o mar. Estou numa cidade que se assemelha a mim enquanto pessoa na importância que dá ao mar. Quer seja pelo seu filho mais ilustre ter sido o impulsionador dos Descobrimentos, quer pela armada da cidade ter sido "tão mais nobre que se julgara não poder vir de tal pequena cidade", a verdade é que aqui o mar parece ter importância. Acho que há quem se esqueça do mar. Quem se esqueça de que um dia o que fomos, o que somos e, muito provavelmente o que viermos a ser, se deve ao mar. As ondas embalam, servem de diversão, como fonte de energia, como fonte de beleza inesgotável. E, muito de vez em quando, são capazes de uma destruição imensa. Ficariam os mais desatentos admirados porque eu não o fico. Lembra-me de uma história que ouvi acerca de uma boneca assassina que repetia constantemente a frase : Disseste que irias tomar conta de mim ! Pronto, talvez seja um exemplo um pouco absurdo mas, na realidade, talvez se passe um pouco disto. Claro que os Tsunamis são propiciados por um terramoto que resulta da convergência, divergência ou simples deslizamento entre duas placas.Tudo tem uma explicação científica, claro que sim. Contudo, por vezes, a realidade foge à ciência rindo-se a um canto. Talvez estejamos a brincar com a água, talvez nos achemos agora superiores simplesmente porque o somos mentalmente. Superioridade Relativa. Muito relativa. Por muito que nos achemos superiores a algo, mais tarde ou mais cedo, acabamos por perceber que a ilusão nem sempre é bonita como aparenta. Há quem goste de serpentes. A minha madrinha quer ter uma. Eu não gosto muito delas. Sim, são bonitas e inteligentes. Sim, talvez sejam algo "avangarde" em relação a outros, considerados... inferiores. Aprendi que não gosto muito delas. Contudo, aprendi também que as serpentes deixam-se encantar pelo vislumbre de algo semelhante. E, os espelhos? Servem muito provavelmente como a fraqueza, como um calcanhar de Aquiles com uma aparência tão mais bela... Aprendi a ser espelho então. Não pretendo ser um caçador de serpentes mas sim defender-me. Veneno? Existem antídotos e poções mágicas. Existem espelhos e existo eu. Se algum dia fores mordido por uma diz lhe que também tens veneno, diz lhe que a achas bela:


"And therefore think him as a serpent's egg,
Which, hatch'd, would as his kind grow mischievous,
And kill him in the shell"

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Máscara e Cinzas

Estou diferente. Sinto-me mais "crescido". Mais contente. Mais "Eu". Estou numa cidade que não a minha, algo independente. Senti-me deslocado quando cá cheguei. Agora? Estou feliz.
Tenho um post-it no meu quadro de cortiça que diz " O Sonho Comanda a Vida". É isso que estou a fazer. Percebi (finalmente) que estou onde muitos gostariam de estar, ainda que não possam. Percebi que não me importa que os outros estejam (ou pensem estar) por cima de mim. E, no final, Sr. Dr. não serão todos. Enche-me o ego e, ainda que pense que é algo fútil pois são meras palavras, gosto de o ouvir. Tenho orgulho no curso onde estou e, acima de tudo, acho que aprendi a ter orgulho no que sou.
Estava frio de manhã, quando saí de casa pelo que decidi então ir de botas para a Faculdade. Entretanto, durante a Tarde (eu bem peço que chova mas S. Pedro não me ouve) estava imenso calor. Claro que, inevitavelmente, os olhares críticos estiveram lá. Aqui há um tempo provavelmente ia ficar encavacado, envergonhado, com vontade de me esconder. Ontem não quis saber. Sim, não são da marca x, são da marca y que é menos cara. Não sou filho de uma ministra, o meu pai não é cirurgião plástico e a minha família não tem uma cadeia de farmácias. Hoje, uma rapariga da minha turma (filha de uma deputada), ficou muito espantada com a roupa que levava vestida e, tendo em conta que estava de camisa e jeans da pull, muito provavelmente foi o facto de não estar a usar uma marca Xpto. Sim, claro, não fica bem...
Tenho três amigos meus já a ter clínica. Tenho inveja deles, também quero...  Mas também tenho quem vá assistir a cirurgias e não me leve com ele (mas os acertos de contas fazem-se depois : )
Estou a dormir melhor também (tenho mais dois cobertores na cama). O quarto também está menos desarrumado . Claro que continuo com coisas amontoadas mas não tenho problemas. Vejo o mar menos vezes contudo. E, a Lua, mesmo quando acordo cedo, já não está lá.
Sempre quis fazer uma tatuagem e agora parece-me que já há um propósito.
15 dias depois parece que estou noutro Mundo. Sou mais "EU". Imperfeito, politicamente incorrecto. E, de tudo isto, só há algo que me atormenta... Física, matemática. Mas vou conseguir, sei que sim ( e hei de ter mais que 11 :)
Se sou o Christopher ainda? Claro que sim, serei sempre, mesmo quando passar a ser eu. Aí passarei a letra e, provavelmente vão perceber. Cada coisa a seu tempo. As folhas ainda não caíram todas e as letras do meu nome também não. (Até há quem me chame por outro nome ou quem me ache mais pequeno-nada contra, foi muito simpática). Talvez comece a perder letras com o chegar do Inverno... Talvez um dia a fissura faça estilhaçar a máscara... Christopher, ou Christophe, chamem-me como quiserem porque agora perdi uma letra.

Um dia ainda hei de fazer uma sopa de letras...
 Um dia, direi
 "Hoje é o dia"