Múltipla Personalidade

 Porque não te posso obrigar nem te posso prender. Inevitavelmente perdemos alguém. E , tentar que não aconteça? A maior parte das vezes é em vão. Ainda assim tentamos. Tentamos. Tentamos e voltamos a tentar porque as memórias essas conseguem ser bem piores do que não termos quem queremos connosco.
Seguimos em frente, alguns pelo menos. Realmente? Nem por isso na maior parte dos casos. Porque, de vez em quando, nos lembramos de quem perdemos e, mesmo que estejamos felizes, por instantes pensamos em como seria a nossa vida se o caminho fosse outro. Estaríamos mais felizes, seríamos nós próprios, quem fomos no início. E, se não fossemos, qual é o problema? Ao menos estaríamos ao seu lado.
Máquinas do tempo. Seria tão bom podermos controlar o tempo, evitar os erros ou simplesmente viver várias vidas que não a que estaríamos destinados.
Areia. Quanto mais a tentamos conter, mais nos escapa. E, quererá isto dizer que não devemos tentar lutar por aqueles que não perdemos? Devemos deixá-los ir?
Não te quero deixar ir. Não te quero perder. Não quero que saias da minha vida.
Não sei se te devo tentar conter. Não sei se devo lutar por ti e impedir que isso aconteça.
E, se não estiver destinado, de que me vale tentar fazê-lo? E, se te perder mais tarde? Se vir que tudo não valeu a pena porque o sofrimento foi maior ? E, se no final, acabar sozinho, apesar de todas as batalhas? E, se não te conseguir fazer ficar, a meu lado? E, se fores para sempre, aquele que perdi para nunca mais voltar a ter?
Noutra vida seria mais fácil certamente. Não existiria a morte. E a vida, sem maiúsculas, seria ter-te a meu lado, para nunca te perder.
Noutra vida não teria medo de te perder. Nunca iria ter memórias que, por muito boas que fossem, não passassem disso mesmo, de fragmentos.


In another life, I would make you stay
So I don't have to say you were
The one that got away

In another life...