domingo, 8 de janeiro de 2012

Frio da Terra do Nunca

Sinto-me mais frio novamente. Claro que me podia estar a referir à temperatura, nada amena, que se tem feito sentir aqui e que, ainda para mais, consegue ser bem mais agressiva do que a de Lisboa. Nos momentos de frio, desse frio que tenho, costumo pegar nos meus livrinhos (agora são mais livros que podem matar uma pessoa ou um coelho mas enfim) e ir até ao Starbucks. É, sem dúvida, um dos meus sítios preferidos, especialmente o do Chiado. Não sei se é por me fazer lembrar de uma das melhores semanas da minha vida, se por me fazer sonhar ou simplesmente por me aquecer em dias tão frios, mas gosto muito de lá estar.
Aqui, onde estou agora, infelizmente não existem Starbucks. Nestes dias frios, normalmente só saio para ver o mar e, apesar de isto ser bom, tenho que ir sempre acompanhado de, pelo menos, 2 casacos.
Talvez por tudo isto ou, talvez por um factor qualquer desconhecido (arriscar-me ia a dizer um cofactor)
ultimamente esteja, também eu (e refiro me a estado de espírito) mais frio.
Não se trata de racionalização mas sim do excesso dela. Achava que estava melhor. Até tinha comentado recentemente com a A. que estava a caminho de me tornar uma pessoa melhor. Não que tenha desistido de o tentar, não se trata disso. Só acho que estou a ficar outra vez menos ingénuo. Seria positivo, claro, se não viesse associado a indiferença.
E, às vezes, quando olho para trás, penso se é mesmo isto que quero. Se é por uma necessidade permente e escondida de mudança que tento , inconscientemente, lutar.
Nem sempre sei. Nem sempre tenho a certeza.
No entanto, neste momento, acho que já pouco me importa. Se o voltar atrás fosse permitido não se cometeriam erros. E, se puder retroceder no tempo? E, se mudar as minhas acções? Quem me diz que não o farei para pior?
Disseram-me que estou diferente ontem. Odeio que me digam isto porque sei o que sofri de todas as vezes que o disse e , a quem o disse. Não quero que seja verdade e, por isso, nego. Mas, estarei mesmo diferente, ou indiferente?
Começo a pensar que, tenho razões para venerar o Peter Pan. Afinal ele não tem este tipo de problemas. E, se os tiver, nada que a Sininho não ajude a resolver. Estou a pensar raptá-la como o Capitão Gancho. Talvez assim possa não crescer...

P.S.: Agora que penso nisso, se eu quero raptar a Sininho, e se ao querer fazê-lo estou a querer ser igual ao capitão Gancho, então não me estou a tornar uma pessoa melhor -.- Damn !

6 comentários:

  1. Esse PS é bastante positivo x)
    Isso é só uma fase de birra-da-não-aceitação, e custa muito. Talvez se olhares para dentro de ti e revires as tuas acções de uma janela ao alto consigas ver o que é que realmente mudou ou tens de mudar. Nem sempre o que os outros dizem está certo, por muito próximos que estejam de nós.

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  2. Ahaha achas positivo? xD
    "Nem sempre o que os outros dizem está certo, por muito próximos que estejam de nós." Por muito verdade que seja às vezes acho que me torno facilmente influenciável. Talvez perca personalidade...
    Quanto à retrospecção, de uma janela ao alto, não consigo fazer isso (só a muito custo) - tenho medo de alturas xD

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  3. Quanto ao medo de alturas, já somos dois, por isso se eu consigo fazê-lo tu também consegues ò.ó
    É normal seres influenciado por essas mesmas pessoas - não é à toa que são importantes para ti, né? Mas precisas de te colocar do lado de fora e tentar ser imparcial para conseguires balançar tudo o que está em jogo. Às vezes, quem se preocupa acaba por se envolver também, e não vê tão claramente como deveria.

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  4. Ser o Peter Pan não é assim tão bom quanto isso.
    O Peter tinha amigos, mas esquecia-se deles. Os meninos da Terra do Nunca podiam não se importar com isso já que eram crianças como ele, mas a pobre Wendy via-se obrigada a lembrar-lhe constantemente quem ela era. O Peter tentava mostrar-se indiferente, mas a verdade é que era ele que a procurava para ouvir as histórias das pessoas crescidas. Embora ele se recusasse a crescer, ele sentia algum fascínio nisso.
    Não imagino a J. ficar contente com o esqueceres-te dela nem te imagino a ti a ficares contente caso algum dia ela se fartasse de ti. Porque não deixas o Peter que há dentro de ti crescer de forma fiel àquilo que queres ser?

    A pessoa que disse que estás diferente está também diferente porque todos vamos mudando. Isso não tem de ser necessariamente mau. Não há evolução sem mudança.

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  5. Ok, vou tentar superar o meu medo então xD
    É normal ser influenciado mas, às vezes não é necessariamente positivo. Como disseste, preciso de ser imparcial e, nem sempre o sou (ou pelo menos tanto como deveria) mas vou fazer um esforço para deixar a semi-parcialidade xD

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  6. Talvez em parte eu já seja o Peter Pan. Também eu às vezes me esqueço dos meus amigos. Acho que eles ainda fazem um esforço por me tentarem lembrar de quem são e que ali estão mas eu nem sempre os oiço. O problema, de deixar crescer o Peter Pan dentro de mim, é se por acaso ainda continuar a esquecer me dos meus amigos. Aí, já não terei a desculpa de que não cresci...
    Não tem de ser necessariamente mau mas, pelo que tenho visto, muitas das vezes não se trata de evolução mas sim regressão, daí não querer acreditar que tenha mudado...

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